Santo Atílio
162-177
A Igreja sofreu, no início
dos tempos, perseguições por parte dos imperadores. E era, ao mesmo tempo,
dilacerada pelas heresias que proliferavam por todas as partes, que ameaçavam
sua unidade na fé.
Os cristãos das comunidades cristãs de Viena e
Lyon foram barbaramente atingidos por uma dessas perseguições. Ela foi
decretada pelo imperador Marco Aurélio e atingiu o auge de sua violência em
177, quando chegou à diocese de Lyon, na França.
Os sobreviventes dessa comunidade, cuja maioria
procedia da Ásia Menor dirigiram aos cristãos de lá uma circular relatando em
detalhes tudo o que aconteceu e como muitos deles foram martirizados numa das
mais terríveis matanças da história do cristianismo.
Perseguidos nas casas, nas praças e banhos
públicos, os cristãos começaram a ser agredidos e encarcerados. Submetidos a
julgamentos em praças públicas, eram condenados à morte. Algumas mortes foram
imediatas, para acabar com a liderança. Mas muitos cristãos foram reservados
aos espetáculos no anfiteatro, como ocorreu com Atílio.
Ele era um jovem diácono, pouco mais de quatorze
anos. Sua família era de nobres da região do Lazio, na Itália. Aliás, o nome
Atílio é o diminutivo de Átalo, originário do sabino antigo, muito freqüente na
localidade.
Segundo consta, o presidente do tribunal decidiu
reservar o jovem Atílio para ser julgado por último. Queria que ele renegasse a
fé, servindo-lhe de troféu para ser enviado ao imperador. Por isso o suplício
de Atílio foi longo. Ele teve de assistir a tudo, até quando o seu bispo,
Fotino, já ancião, foi agredido e agonizou por dois dias até morrer, mas sem
renegar a Cristo.
Depois, Atílio presenciou, no Circo, o martírio de
outros companheiros, que foram açoitados com varas e depois entregues às feras.
Foram quarenta e oito mártires, que morreram em dias diferentes. Até que,
finalmente, no dia 28 de junho, ele também foi sentenciado à morte, porque não
renegou a fé cristã.
Atílio morreu queimado sentado numa cadeira de
ferro colocada no centro do Circo, num bárbaro espetáculo pagão. Durante a
noite, cristãos ainda sobreviventes conseguiam recolher partes dos corpos que
restavam e os enterravam secretamente, como fizeram com aquelas do jovem
diácono Atílio.
Passada a perseguição, todos foram recolhidos e
enterrados naquela que seria, mais tarde, a catedral de Lyon. O culto desses
mártires começou logo após, numa solenidade grandiosa que se chamou "festa
das Maravilhas". Com a reforma do Martirológio Romano, os mártires cuja
identificação era precisa receberam celebração individual. No caso de santo
Atílio, ele é festejado no dia 28 de junho.
FONTE: Paulinas em 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário